18 novembro, 2020
Começar um processo psicoterápico nem sempre é fácil. Para algumas pessoas reconhecer que não está bem e precisa de ajuda muitas vezes implica em um sofrimento a mais.
Já ouvi algumas vezes que: “terapia, se não fizer bem, mal não faz”. Engana-se quem pensa dessa forma!! Trabalhar com sentimentos, crenças, material inconsciente, estruturas emocionais e doenças mentais com alguém despreparado tende a trazer mais sofrimento, confusão, descrença na possibilidade de melhora, perda de tempo e desgaste, falsa sensação de que está em tratamento, indução a escolhas inadequadas, etc.
Separei aqui algumas dicas que podem ajudar bastante.
1. Uma das formas para se chegar a um bom psicólogo é a indicação feita por alguém de sua confiança como um amigo, familiar, um ex-paciente ou um profissional de saúde. Atualmente também é possível buscar pela internet, convênio ou clínicas-escola (faculdades de psicologia oferecem tratamentos gratuitos em que estudantes fazem o atendimento sob supervisão de um professor).
2. É interessante que você tenha mais de uma opção e possa avaliar esses profissionais após uma primeira sessão. Um elemento muito importante é o quão confortável e à vontade se sentiu com o profissional.
3. Na primeira ou primeiras sessões, o psicólogo deve deixar claro sua forma de trabalho, seus métodos e o que esperar do processo psicoterapêutico.
4. Competência. Trata-se de um ponto bastante delicado e subjetivo, mas é possível pesquisar o currículo do profissional; perguntar para algum paciente ou ex-paciente; e, por fim, caso tenha algum website ou mídia social, vale a pena conferir a qualidade dos conteúdos publicados.
5. Desconfie de profissionais que trabalham com todo tipo de público, técnicas, queixas: crianças, adultos, casal, idoso, individual, grupos, etc. Isto porque é bastante difícil que alguém consiga se preparar e ter experiência em tantos tipos de atendimento.
6. Cuidado com falsas promessas, soluções fáceis, rápidas e “inovadoras”.
7. Desconfie de profissionais que cobrem pouco pela sessão. Todo bom trabalho envolve custos com boa formação, atualização e ferramentas de trabalho. Não é possível fazer um bom trabalho sem investimentos constantes. Provavelmente quem cobra pouco está deixando a desejar em alguns ou alguns aspectos ou tem pouca experiência. (consulte a lista de referência de honorários do Conselho Federal de Psicologia: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2020/10/FENAPSI_TABELA_ATUALIZADA_Agosto_2020-1.pdf )
8. No Brasil o psicólogo tem seu trabalho regulamentado e fiscalizado pelo Conselho federal de Psicologia. O profissional deve ter seu registro ativo no Conselho Regional de Psicologia.
9. Muito cuidado com o profissional que mistura religião, convicções políticas, filosóficas, de orientação sexual com psicologia. (consulte o Código de Ética do Psicólogo art. 02:https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia-1.pdf )
10. Linha teórica. Este é um tema bastante polêmico! A menos que você
tenha conhecimento ou experiência com as diferentes abordagens, não é
necessário saber previamente essa informação. Caso você tenha interesse,
converse sobre isso com o profissional e procure entender de que maneira sua
forma de trabalho pode ser interessante para o seu caso.